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Fatos em Fotos: Os amores de Hergé

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Nos 107 anos de Hergé, o TPT resolveu lembrar do criador de Tintim de uma forma diferente. Sempre se fala sobre vida e da obra do gênio dos quadrinhos belga, mas muito pouco se sabe sobre os amores que ele viveu. Então, que tal conhecer um pouco sobre as mulheres que Georges Remi amou? Clique nas fotos para ampliá-las.


Em toda sua vida, Georges Remi viveu bem mais de um romance. O cartunista teve sua primeira namoradinha ainda jovem. Ela atendia pelo nome de Marie-Louise van Custem. Seu apelido, uma abreviação de seu primeiro nome, teria sido uma das inspirações para o nome do cachorro de Tintim, Milou (saiba mais aqui). Teria sido esta a primeira prova de amor do jovem Hergé?


Germaine Kieckens foi a primeira esposa de Hergé. Nascida em 1906, ela trabalhava como secretária do padre Norbert Wallez, chefe de Hergé no Le Vingtième Siécle, jornal que apresentou Tintim ao mundo. Foi ela quem assinou como Milu nas primeiras cópias autografadas do álbum "Tintim no País dos Sovietes", enquanto Hergé autografava como Tintim.

Apesar do interesse do jovem Remi, a elegante ruiva nunca escondeu sua queda por homens mais velhos - supostamente pelo próprio chefe, que a inspirava. Germaine só cedeu aos encantos de Hergé depois de anos de convivência, quando o padre Wallez incentivou seus jovens empregados a se casar. Com isso, a união de Georges e Germaine foi sacramentada em 1932.

Mais tarde, Germaine chegou a confessar que nunca foi louca de amores por Georges. E parece que, pelo menos com o tempo, a recíproca se tornou verdadeira, pois Hergé passou a ter vários casos extraconjugais. Durante um longo período que o marido passou longe de casa e do trabalho, Germaine pediu que ele voltasse, se não por ela, por Tintim.

Apesar do divórcio, Hergé voltou a ter contato com Germaine Kieckens nos últimos anos de sua vida. Os dois se viam semanalmente, e cultivaram uma amizade digna dos anos de convivência. Germaine morreu em 1995.

Um daqueles casos extraconjugais despertou novamente o amor do já não tão jovem cartunista. Fanny Vlamynck, que foi colorista dos Studios Hergé, sempre foi ma mulher muito bonita, chegando a ser comparada com a atriz Greta Garbo. O relacionamento com Hergé começou no mesmo ano de sua contratação, 1956. Porém, este não foi um simples affair. Foi com ela que Georges Remi se casou em 1977, e com ela que ficou junto até sua morte, em 1983.


Quase três décadas mais nova que seu primeiro marido (ela nasceu em 1934), Fanny se tornou viúva com quase 50 anos. Hoje, ela administra o espólio de Hergé ao lado de Nick Rodwell, com quem se casou em 1993. Assim como as outras mulheres que passaram pela vida do pai de Tintim, Fanny não teve filhos. Infelizmente.

Nick Rodwell fala sobre os projetos de Tintim para cinema, quadrinhos e TV

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Nick Rodwell, administrador da obra de Hergé, concedeu uma entrevista reveladora ao Le Soir, jornal belga que acaba de formar uma parceria com a Moulinsart para publicar notícias relacionadas a Tintim em uma página própria (clique aqui e confira). O marido de Fanny Rodwell falou ao jornalista Daniel Couvreur sobre o insucesso do Museu Hergé, comentou sobre os projetos envolvendo novos álbuns, televisão e, claro, o segundo filme de Tintim. Pelo menos neste respeito, as notícias não são nada animadoras.


Novo filme


Questionado sobre o silêncio de Peter Jackson a respeito da sequência do longa "As Aventuras de Tintim" (2011), Nick Rodwell respondeu: "Ele é um homem muito ocupado! Não vai começar este ano, porque ele dedicou toda a sua energia às três partes de 'O Hobbit'. Ele deve concluir tudo isso antes de ter tempo para Tintim. É ele quem decide". Segundo o Lapresse, o marido de Fanny Rodwell explica que o filme "não ficará pronto antes 2017".

Rodwell também reconhece que o desempenho do primeiro filme pode contribuir para o atraso do segundo: "Você também deve saber que o primeiro filme, de Spielberg, custou US$ 200 milhões. Em Hollywood, eles querem faturar o triplo. Tintim rendeu 374 milhões, enquanto esperavam 600 milhões e onde Indiana Jones fez 800. Aos olhos de Hollywood, não é um verdadeiro sucesso financeiro. Dado o potencial de Tintim, o próximo filme não deve custar mais de US$ 125 milhões. Se Peter Jackson se adaptar, não haverá problema. Se ele também quiser US$ 200 milhões, como Spielberg, vai ser difícil cumprir o orçamento...", conclui.

Novo álbum


Com respeito a um novo álbum, apesar de sua esposa ter se mostrado contra (saiba mais aqui), Nick Rodwell afirma que a ideia está sim em andamento, mas que não se trata de uma aventura inédita, criada por outro autor. "O projeto de colorir 'Tintim no País dos Sovietes' ainda está em estudo, e caminha para ser lançado em forma de e-book", informa o administrador da Moulinsart.

Página de 'Tintin et le Thermozéro', projeto inacabado de Hergé.

"Em relação a 'Tintin et le Thermozéro', temos encontrado muita coisa nos arquivos. A questão, antes de qualquer projeto de álbum, é saber por que Hergé não foi até o fim desta aventura", explica. Para quem não sabe, o antigo colaborador de Hergé falou sobre isso em uma entrevista que pode ser lida aqui.

Museu Hergé


Apesar de receber uma boa avaliação dos visitantes, o Museu Hergé, inaugurado há cinco anos, tem atraído bem menos visitantes que o esperado. Um dos agravantes é acessibilidade, já que o espaço fica na cidade de Louvain-la-Neuve, a uma distância considerável da capital belga, Bruxelas. "O arquiteto infelizmente não construiu o museu de Lego, de modo que, obviamente, ele não pode se mover para Bruxelas ou Antuérpia", explica Nick Rodwell, admitindo sobre a escolha da cidade universitária: "A culpa foi nossa".

Nick Rodwell e Nat Neujean, que tem suas esculturas expostas no Museu Hergé

Rodwell informa ainda que os planos para melhorar a situação do museu incluem parcerias e grandes exposições. "Decidi ir para outros lugares, para Paris, Bruxelas, Angoulême, investir nossas energias em novos projetos", conta ele. "O museu vai, portanto, ultrapassar suas paredes", continua. "Temos muitas peças em nossas reservas, e é mais interessante mostrá-las, fazendo-as viajar, do que deixá-las em caixas... Temos excelentes contatos com Angoulême [que realiza um festival anual de quadrinhos] para realizar um evento de Tintim a cada ano".

Televisão


Sobre a ideia de aumentar a visibilidade da obra de Hergé, Rodwell revela: "Há também ideias para o desenvolvimento de projetos de televisão em torno de Tintim". Mas faz uma ressalva: "Nada está assinado ainda".

Para ler a entrevista completa (aqui não temos nem a metade), acesse este link (em francês).

O que esperar de um novo projeto de Tintim para TV?

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Entre as declarações de Nick Rodwell sobre os planos para dar mais visibilidade a Tintim, chamou atenção uma novidade: "Há também ideias para o desenvolvimento de projetos de televisão em torno de Tintim. Mas nada está assinado ainda", disse o administrador da Moulinsart.

Com isso, começam a surgir nas mentes dos tintinófilos especulações sobre o que seriam esses projetos para TV. Será que poderíamos esperar uma nova série, em animação ou quem sabe com atores reais? Que dizer de um telefilme ou documentário? A verdade é que não sabemos se esses supostos projetos vão sair do papel, nem mesmo se realmente existem ou se é apenas conversa para gerar repercussão. Porém, cogitando que o contrato seja assinado, que possibilidades seriam mais interessantes no cenário atual?

Desenho animado: A série de animação da Nelvana, produzida no início dos anos 1990, foi um sucesso incontestável. Foi graças a ela que Tintim alcançou um público ainda maior que o conquistado pelos álbuns. Mas uma nova série animada não faria sentido se todos os episódios fossem baseados nos álbuns, pois esta tarefa a versão dos anos 90 já cumpriu bem. Seria necessário, então, escrever novos roteiros exclusivos para os desenhos animados. A princípio, não existe nenhuma restrição quanto a isso, já que não seria um novo álbum e teoricamente não desrespeitaria o desejo de Hergé. A questão seria escolher a técnica adequada: animação tradicional ou computadorizada? Um visual fiel ou mais estilizado? Vale citar que, apesar de uma certa rejeição inicial, séries como "Chaves" e "Mickey Mouse" ganharam uma sobrevida com suas novas versões em desenho, com direito até a prêmios.

Série em live-action: Apesar de ser algo bem improvável, por que não? Um exemplo de série muito bem-sucedida e que poderia servir de modelo é "Sherlock", da BBC. Tudo bem que não se trata de uma adaptação de histórias em quadrinhos, mas os roteiristas conseguiram um grande feito ao adaptar os livros originais de uma forma moderna e inovadora, trazendo um tom contemporâneo às investigações do final do século 19. E o melhor: conseguiram a façanha de agradar aos fãs dos livros de Conan Doyle e atrair um público imenso ao redor do mundo. Será que com Tintim seria diferente?! O que você acharia de uma série nesse estilo?

Filmes para TV. Uma parceria com emissoras norte-americanas seria uma boa pedida, se bem executada. A própria Nickelodeon, braço da Paramount na televisão, já teve alguns exemplos bem-sucedidos, como os filmes com atores e animação computadorizada baseados em "Os Padrinhos Mágicos". Esse pode não ser o gênero ideal para alguns, mas poderia dar certo para atrair a molecada.

Documentários: Tenho certeza de que esta é a alternativa mais provável. É o tipo de produto que interessa a Moulinsart, que sempre teve uma visão mais elitista e, consequentemente, restritiva. Mas até para eles esta é a ideia menos lucrativa. Para exemplificar: a excelente série de documentários "Sur les traces de Tintin", que seguia os passos do repórter por alguns países por onde passou, tinha um conteúdo e uma edição de primeira - veja a abertura aqui. Mas você já viu a versão em português? É, ela não existe. Alguns países europeus transmitiram a série na televisão ou lançaram em DVD. Mas, no Brasil e em outros países ao redor do mundo, nada.

Documentário não é comercial, então não vende e não dá tanta audiência como um filme, série ou desenho. Esta, porém, é minha aposta. Qual é a sua?

Promoção Hergé 107 Anos: Até dia 30 de Maio!

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Não esqueça de enviar sua resposta à questão abaixo para o e-mail contato@tintimportintim.com até o dia 30 de maio. Você vai concorrer a dois álbuns gigantes de Quick e Flupke, personagens criados por Hergé, o pai de Tintim.

Qual a maior diabrura que Quick e Flupke aprontariam se viajassem até o século 21?


Para saber mais, clique aqui.

RESULTADO: Os ganhadores dos álbuns de Quick e Flupke

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Em memória aos 107 anos de Hergé, no último dia 22 de maio, o TPT lançou um concurso valendo dois álbuns "As Diabruras de Quick e Flupke", da Globo Livros Graphics.


Para ganhar, os leitores teriam que responder à seguinte pergunta:

Que diabrura Quick e Flupke aprontariam se viessem parar no século XXI?

Já temos o resultado! Confira a seguir as respostas e os ganhadores da promoção. A ideia é imaginar a ação acontecendo nos quadrinhos...


"Quick e Flupke quebrariam as janelas do Windows, correriam atrás do Pinguim do Linux, ensinariam o passarinho do Twitter a cantar "Atirei o pau no gato", puxariam o rabo da raposa do Firefox e mudariam as cores do ícone do Google Chrome! Depois, tirariam uma foto de tudo isso e postariam no Facebook."
Carmem Toledo

"Eles iriam entrar em uma loja de eletrônicos. Fascinados, começaria a jogar um Wii U que estava em exposição. Flupke começa a perder o jogo e acha que o aparelho está com defeito, então começa a socá-lo de raiva. De tanto bater, o Wii quebra e começa a sair fumaça, acionando o alarme de incêndio juntamente com os jatos de água que ficam no teto. Por causa da água, todos os aparelhos eletrônicos da loja começam a quebrar, sair fumaça e até mesmo pegar fogo. Após pouco tempo, quase todos os aparelhos estão em chamas e as pessoas gritam desesperadamente ao sair correndo da loja. Quick e Flupke saem triunfantes da loja em chamas... com um X-Box One novinho nos braços, montados em seu carrinho de madeira, rumo ao Pôr do Sol."
Nathalia Barbosa

Parabéns às ganhadoras e obrigado a todos os participantes! Seria ótimo poder premiar mais concorrentes que enviaram respostas muito criativas. Mas se essa ainda não foi a sua vez, não desanime: em breve teremos mais...

Segundo filme de Tintim está em risco

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Por ocasião dos 5 anos do Museu Hergé, o casal Fanny e Nick Rodwell, que administram o legado do criador de Tintim, deram entrevistas sobre o futuro da obra. Entre outras coisas, eles falaram sobre a decisão envolvendo um novo álbum de Tintim e projetos envolvendo o próprio museu e as futuras aventuras de Tintim nas telonas.

Leia mais nos links:


Em artigo da AFP, Nick Rodwell conta que seu objetivo é criar "uma marca de Tintim que se situa em algum lugar entre os quadrinhos e a arte contemporânea", por isso planeja organizar exposições temporárias não só no museu em Louvain-la-Neuve, como em outros espaços ligados à marca, como o Chatêau de Cheverny - que inspirou o castelo de Moulinsart - e a cidade de Angoulême. O administrador da Moulinsart admite que o filme de Steven Spielberg e Peter Jackson foi "gigantesco, a melhor promoção possível" para Tintim, embora não tenha alcançado a bilheteria esperada.

Sobre a sequência, Rodwell ressalta que Jackson "pediu um tempo", enquanto está empenhado em "O Hobbit", cujo último filme da trilogia estreia este ano. Mas revela que, se o cineasta deixar de lançar um novo filme dentro de cinco ou sete anos desde o último (ou seja, até 2017), "vamos recuperar os direitos". E pode ter certeza: se o filme não foi lucrativo (e vamos admitir, não foi) e isso acontecer, a chance de vermos um 'Tintim 2' nas telas é nula...

Voltando à entrevista de Fanny Rodwell ao Paris Match, o site oficial da revista publicou alguns trechos, e boa parte da conversa girou em torno da sequência do filme de 2011. Fanny comenta que o filme de Spielberg "teve passagens admiráveis, mas outras coisas foram um pouco exageradas (...) Havia belas cenas, como a caravela, as batalhas, etc. Mas havia cenas um pouco demais para Tintim", acredita ela. "Hergé foi exatamente o oposto. Seu trabalho é mais suave..."


A viúva de Hergé afirma que Spielberg "ainda está decidido a fazer" o segundo longa de Tintim, mas que o último encontro que teve com o cineasta foi "há dois ou três anos em Los Angeles". Contudo, eles devem voltar a conversar antes de dar andamento à sequência. "Jackson não pode embarcar no projeto sozinho, porque ele provavelmente exigiria grandes investimentos", diz a sra. Rodwell, confiante de que o cineasta neozelandês "tem uma cultura, uma sensibilidade sem dúvidas mais próxima da europeia. Spielberg é muito fino, e simpático. Ele é, como dissemos, 100% americano, ou vai ou racha... Mas é uma visão das coisas muito engraçada também, muito divertida", conclui.

Questionada se interviria em uma nova versão do filme, diminuindo um pouco a ação norte-americana, ela afirma que, se pudesse, talvez o faria. "Ele foi audacioso", opina Fanny, que mesmo assim confessa: "Se houvesse outro filme, teríamos o maior prazer". Se...

Abdallah: 65 anos de traquinagens

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Com mil raios! Já faz 65 anos que apareceu pela primeira vez o garoto mais peralta do universo de Hergé. Ele consegue superar Quick e Flupke juntos, passa longe de Jo, Zette e seu chimpanzé Jocko no quesito travessuras e nem se compara aos tranquilos Zorrino e Tchang... Abdallah, o herdeiro de Khemed, surgiu em 16 de junho de 1949, na revista belga Tintin.


E que dizer sobre ele? Abdallah é o filho de Mohammed Ben Kalish Ezab, o emir de Khemed. Seu primeiro encontro com Tintim é no álbum "No País do Ouro Negro", aventura em que o pequeno príncipe árabe é sequestrado por Mull Pacha (vulgo Dr. Müller). Em "Perdidos no Mar", é a vez de Abdallah visitar o lar do Capitão Haddock, mudando a rotina do castelo de Moulinsart e acabando com a paz de Nestor.

Apesar das brincadeiras de mau gosto, o garoto conquista o carinho do leitor e de seu principal alvo, o Capitão, ou como ele chama, Mil Raios...

Saiba mais sobre o personagem em outro post do TPT, clicando aqui.

5 vilões de Tintim que gostaríamos de ver no cinema

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No universo cinematográfico de Tintim já nos deparamos com vilões como o pirata Rackham, o Terrível e seu descendente (sic) Sakharine, o mercenário Allan Thompson e o chefe do tráfico - pelo menos nos álbuns - Omar Ben Salaad, além de alguns capangas do navio Karaboudjan. Mas a obra de Hergé conta com um amplo mosaico de vilões de diversas categorias, dos mais temíveis aos mais atrapalhados. É sobre eles que vamos falar, afinal ainda temos esperança de ver alguns álbuns adaptados para o cinema, e um herói que se preze tem que ter bons rivais...

Para começar, vamos falar de Mitsuhirato. Motivos não faltam para incluir o dissimulado japonês em um dos filmes de Tintim. Quem não se lembra da conspiração para provocar uma guerra entre a China e o Japão e a tentativa de acabar com o intrometido repórter? Provas de que ele é ardiloso na medida certa para carregar um papel de destaque no cinema. O problema é que o empresário aparece apenas uma vez na série, em "O Lótus Azul". Mas, se Spielberg não negou que o álbum poderia inspirar o roteiro do segundo filme (relembre aqui), não custa sonhar...

Um malvadão que tem, sim, grandes chances de aparecer em uma futura adaptação cinematográfica é o Coronel Boris Jorgen. Como é quase - eu disse quase! - certo que um filme baseado nas aventuras de Tintim na Lua seja o terceiro ou quarto da franquia de Steven Spielberg e Peter Jackson (isso se houver um segundo), é bem possível que o agente duplo da Bordúria seja o principal vilão, já que ele aparece como antagonista em "Explorando a Lua". De cortesia, quem sabe ainda ganhamos um flashback de "O Cetro de Ottokar", álbum de estreia do coronel bórduro que já foi mencionado no primeiro filme (entre os recortes de jornais nas paredes do apartamento de Tintim).

O Coronel Sponz é outro com forte potencial. Chefe militar da Bordúria, ele vê Tintim cruzar seu caminho e atrapalhar seus planos pela primeira vez em "O Caso Girassol". O rancor de Sponz pelo repórter dura tanto tempo que, depois de anos, ele é levado a tentar uma vingança, desta vez na América do Sul, como vemos em "Tintim e os Pícaros". Com a possibilidade de "O Caso Girassol" ser transformado em longa-metragem, talvez tenhamos a chance de ver o desprezível fascista nas telonas.

Um dos rivais mais astutos que Tintim já enfrentou, o Dr. J. W. Mülleré um psiquiatra que usa a profissão para esconder seus crimes, que incluem sequestro e falsificação de dinheiro. É um personagem bem-desenvolvido, mas infelizmente aparece em álbuns que não estão na lista de prováveis adaptações. Mesmo assim, ele poderia aparecer em um filme com elementos de "Perdidos no Mar", que ainda incluiria vilões como Rastapopoulos e o sheik Bab El-Ehr, inimigo do Emir Ben Kalish Ezab - que, junto com seu filho Abdallah, é essencial na franquia (pelo menos para este que vos fala). Apesar de pouco provável, Müller também ficaria ótimo em uma versão de "A Ilha Negra" para a telona.

Não tem como falar em vilão de Tintim sem citar R. J. Rastapopoulos. O inescrupuloso milionário e empresário criminoso de origem grega enfrenta Tintim em mais de uma aventura, e poderia muito bem aparecer em uma adaptação de "O Lótus Azul" ou até de "Perdidos no Mar", onde surge como um mestre dos disfarces. É uma pena que as aventuras nas quais Rastapopoulos participa sejam as menos cotadas para virar filme - e nem acho que os fãs estariam tão interessados em uma versão de "Voo 714 para Sydney", por exemplo. Porém, se conseguiram fazer uma adaptação que deu fim aos irmãos Passarinho (ou Pardal) e transformou até o pacato Sakharine em um odioso vilão, não dá pra duvidar de nada...

Andy Serkis fala sobre o filme 'Tintim 2'

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O ator Andy Serkis, que viveu o Capitão Haddock no filme "As Aventuras de Tintim" (2011), está divulgando o lançamento de seu novo trabalho, "Planeta dos Macacos: O Confronto" (Dawn of the Planet of the Apes), que chega aos cinemas brasileiros no próximo dia 24 de julho. Em entrevista ao site CinemaBlend, o ator falou sobre seus próximos projetos, entre eles o esperado 'Tintim 2'.


'Tivemos conversas vagas, sim. Acho que é totalmente esperado que haverá um outro filme, e que Peter Jackson vai começar a fazer o seu', afirmou Serkis que, em outras palavras, não acrescentou nada de novo.


Intérprete do chimpanzé geneticamente modificado Caesar, Andy Serkis está envolvido em grandes projetos de Hollywood, como o novo filme da franquia "Planeta dos Macacos", o sétimo episódio da saga "Star Wars", dirigido por J.J. Abrams, e "Os Vingadores: A Era de Ultron", sequência do sucesso de bilheteria da Marvel Studios. Além disso, Serkis assina a direção de segunda unidade dos três "O Hobbit", de Peter Jackson, cujo último filme estreia em dezembro deste ano, e se prepara para comandar uma nova versão cinematográfica de "The Jungle Book" (conhecido por aqui como "Mogli - O Menino Lobo"). Com tantos projetos grandiosos na fila, será que sobra um tempinho para Tintim?!

Quick e Flupke: Volume 2 já está à venda

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A Globo Livros Graphics lançou em junho no Brasil o segundo volume da série "As Diabruras de Quick e Flupke", (Les Exploits de Quick et Flupke - vol. 2), completando a publicação inédita dos quadrinhos criados por Hergé no país. O primeiro volume foi publicado em novembro de 2013, e apresentou ao público brasileiro uma dupla de garotos peraltas que poderia aprontar qualquer cidade do mundo. O impecável lançamento está concorrendo ao troféu HQMIX na categoria Publicação de Clássico.


Lançadas originalmente em onze álbuns avulsos entre 1949 e 1969, as histórias trazem a essência criativa de Hergé para quem realmente ama o universo das HQs. O trapalhão (e um tanto azarado) Quick e seu travesso parceiro Flupke conquistaram de imediato os leitores, ao introduzir altas doses de nonsense e bagunça num mundo organizado por adultos – como o vigilante Agente nº 15, um policial com ares chaplinianos que vive implicando com os garotos.


O traço limpo, característico do estilo gráfico de Hergé que seria chamado de ligne claire (linha clara), já era marcante em toda a série, originalmente concebida em preto e branco. Só mais tarde, depois da Segunda Guerra Mundial, as desventuras de Quick e Flupke foram coloridas e compiladas em álbuns, tornando-se populares para além da Bélgica, em outros países de língua francesa. As tramas da dupla serviram como base, ainda, para uma série de desenho animado para a TV, na década de 1980.

"As Diabruras de Quick e Flupke - volume 2" está à venda nas melhores livrarias por R$ 39,90. A julgar pelo primeiro volume, são 152 páginas que devem valer a pena... Vamos saber melhor em breve.

Quer saber mais? Clique aqui e veja outros artigos relacionados.

E O TINTIM POR TINTIM ESTÁ DE VOLTA!

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Celebrando 86 anos de Tintim!

Aguarde a programação de postagens para este retorno tão esperado...

Post de Quinta: O retorno do TPT

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Com o retorno do Tintim por Tintim, um dos desafios é manter o blog atualizado com frequência. Como nem sempre temos notícias sobre o universo tintinófilo (e nem sempre o tempo deste blogueiro permite), a ideia é trazer informações e curiosidades com pelo menos uma certa periodicidade. Por isso, vou tentar garantir semanalmente para vocês a publicação de um Post de Quinta.

Perdoem-me pelo trocadilho. :)

A intenção aqui é publicar, toda quinta-feira, um novo artigo sobre qualquer assunto que tenha alguma ligação com Tintim e a obra de Hergé. Nesta nova fase, gostaria muito de contar com a colaboração dos leitores, que poderão enviar sugestões por e-mail ou através das redes sociais. Nas próximas semanas, por exemplo, vocês começarão a ver alguns artigos colaborativos, elaborados com a participação total ou parcial de fãs de Tintim.

Para recomeçar os trabalhos, quero primeiro destacar alguns aspectos do nosso blog. O novo layout permite uma melhor interação com as redes sociais. Lá em cima você pode acessar os perfis do TPT no Twitter, Instagram e Facebook, assinar o Feed para receber os artigos por e-mail e também enviar um e-mail com suas dúvidas, críticas e sugestões. Cada postagem apresenta um conjunto de ícones para compartilhamento na lateral (você pode ocultar, se quiser) e um campo para comentários através de seu login no Facebook ou direto pelo sistema de comentários do blog - assim, você não tem desculpa para ficar calado... Fica a dica: embora permitidos, evite comentários anônimos. ;)

Com o passar do tempo, ajustes poderão ser feitos à medida que você, leitor, sugerir. De início, algumas coisas vão se ajustando aos poucos - como seções ainda em construção. Prometo que tentarei ao máximo não fazer jus ao tema da seção, trazendo sempre conteúdo de primeira.

Só um aperitivo...

"Eu estava muito animado com Hergé - depois de nosso primeiro encontro, ele disse ao produtor: 'Sim, é ele!'. Ele não disse 'ele parece' ou 'ele cai bem'. Não, ele me reconheceu como sendo Tintim." - Jean-Pierre Talbot, em um trecho da entrevista exclusiva concedida ao Tintim por Tintim. Em janeiro, aqui no blog. )'')


Jean-Pierre Talbot, Hergé e (um dos) Milu.

Peter Jackson não fará Tintim 2 (não agora)

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Longe de mim querer ser sensacionalista, apenas adaptei o título de um artigo publicado no site oficial de Tintim no final de 2014. E foi postado nas duas principais versões do site, em inglês e francês, o que mostra que a notícia está confirmada pela Moulinsart, administradora de Tintim e tudo que está relacionado à obra de Hergé.

Pois bem, com o fim da produção de "O Hobbit", qual era a esperança de todo tintinófilo? Que Peter Jackson anunciasse o início dos trabalhos na sequência do filme "As Aventuras de Tintim" (2011), é claro. Mas essa esperança foi por água abaixo depois de algumas entrevistas do cineasta. À Variety, Jackson contou que não pretende trabalhar em blockbusters de Hollywood, mas que vai se dedicar a projetos menores.

"Nós [referindo-se a ele e ao parceiro de trabalho Fran Walsh] realmente sentimos um desejo maior agora de não continuar com outro blockbuster de Hollywood por enquanto, mas para voltar e contar algumas histórias da Nova Zelândia", disse Jackson à revista, poucas horas antes da première do último 'Hobbit' em Londres.

Dias antes, em entrevista ao Movie Fone, Jackson negou qualquer interesse em produzir um longa adaptado dos quadrinhos, mesmo com o sucesso das adaptações de super-heróis. “Não vou fazer um filme da Marvel", disse o cineasta. "Eu realmente não gosto da moda de blockbusters que existe atualmente em Hollywood. A indústria e todo o advento da tecnologia meio que perderam o rumo. Tornou-se muito movida por franquias e super-heróis. Eu nunca li quadrinhos na minha vida, então estou imediatamente em desvantagem e não tenho interesse nisso. Portanto, agora é hora de dar um passo atrás”, concluiu.

Embora seja bem diferente dos quadrinhos de heróis da Marvel, Tintim sequer chegou a ser citado entre os próximos planos do diretor, mesmo com a promessa de que os trabalhos no segundo filme começariam após a conclusão da franquia de J. R. R. Tolkien. Em outros depoimentos, o diretor apenas disse que a sequência 'vai acontecer em algum momento' - só não se sabe quando. Ou seja, qualquer data de lançamento tratada em sites e blogs como oficial deve ser encarada, pelo menos por enquanto, como mera especulação.

:: Afinal, o que sabemos sobre 'Tintim 2'? Logo, logo, no TPT, um artigo a respeito do esperado (e atrasado) filme.

Jean-Pierre Talbot: Ele foi Tintim no cinema

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Imagine chegar para o primeiro dia de aula na quarta série (quinto ano) do ensino fundamental e, ansioso para conhecer o novo professor, dá de cara com Tintim. Essa foi a emoção que muitas crianças por volta dos anos 60 e 70 puderam experimentar ao descobrir que seriam ensinadas por Jean-Pierre Talbot. Quem é esse? - alguns tintinófilos brasileiros talvez perguntem... Ninguém menos que o primeiro ator a interpretar Tintim no cinema, e o único a atuar como o jovem repórter em dois filmes com atores reais.

Uma breve biografia

Jean-Pierre Talbot nasceu em 12 de agosto de 1943 em Spa, na Bélgica. Ainda adolescente, em 15 de agosto de 1960, sua vida mudou. Ele era instrutor de esportes do acampamento de férias Groupe des Dauphins (Grupo dos Golfinhos), na praia de Ostende, quando foi descoberto pela produção daquele que seria o primeiro filme de Tintim com atores reais. Nos anos seguintes estrelou dois filmes no papel de Tintim: "Tintim e o Mistério do Tosão de Ouro" (1961) e "Tintim e as Laranjas Azuis" (1964).

JEAN-PIERRE TALBOT EM SUA PRIMEIRA APARIÇÃO NA TV

Atuou por 15 anos como professor e diretor na Ecole Libre Roi Baudoin, em sua cidade natal. Em 2007, publicou sua autobiografia, "J'étais Tintin au cinéma" (Eu fui Tintim no cinema), infelizmente nunca lançada por aqui, assim como os filmes.

Apaixonado por esportes, Jean-Pierre praticou tênis, esqui e foi faixa preta de judô. É o campeão europeu de Bike-Jöring, competição esportiva praticada em parceria com cães, ao lado de seu fiel cachorro Utah (foto à direita). Com uma filha e três netos, o eterno Tintim hoje é aposentado e vive em Spa com a esposa Diane, com quem é casado com há 50 anos.

Jean-Pierre voltou às telas apenas em 2011, a pedido de um amigo, no videoclipe da música "Caroline Baldwin", da banda Feel the Noïzz. No clipe, ele interpreta um personagem da série em quadrinhos homônima, o astronauta Frank White. Clique aqui para conferir.

Jean-Pierre em 2011, na première do filme "As Aventuras de Tintim".
Sobre os filmes

Tintim e o Mistério do Tosão de Ouro (Tintin et le Mystère de la Toison D'or) foi dirigido por Jean-Jacques Vierne e teve locações na França e em Istambul, Turquia. No filme, o Capitão Haddock (Georges Wilson) herda um navio que o leva à caçada por um valioso tesouro.

Tintim e as Laranjas Azuis (Tintin et les Oranges Bleues) teve direção de  Phillipe Condroyer e foi rodado na França e na Espanha. A trama acompanha o repórter e o Capitão (Jean Bouise) na tentativa de resgatar o Prof. Girassol, sequestrado junto com o cientista que criou as laranjas do título.


Ambos os filmes continuam inéditos no Brasil, mas foram publicados em formato álbum pela editora Record nos anos 1970, com textos e fotos ao invés de quadrinhos.

Um terceiro filme estava sendo planejado para em 1967, mas nunca saiu do papel.

A Entrevista

Apesar de não ser tão conhecido em terras tupiniquins, Jean-Pierre é aclamado em diversos países pelo que representa na história de Tintim. É um pouco mais dessa história que o Tintim por Tintim quer apresentar a você através da entrevista que será publicada neste fim de semana.

TPT Entrevista: Jean-Pierre Talbot, o Tintim do cinema

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Jean-Pierre Talbot foi Tintim no cinema há 55 anos, e ainda hoje é lembrado pelos fãs como o único a ter dado uma face real ao nosso querido repórter. O jovem belga foi descoberto pela produção do primeiro filme com atores reais baseado na obra de Hergé, e aprovado pelo criador de Tintim para dar vida ao personagem nas telonas em dois longas, "O Mistério do Tosão de Ouro" (1961) e "Tintim e as Laranjas Azuis" (1964). O Tintim por Tintim teve a honra de conversar com o hoje aposentado - porém sempre ativo, diga-se de passagem - Tintim do cinema. Confira a entrevista a seguir.

TPT: Antes de interpretar Tintim, qual era sua relação com a obra de Hergé?

JPT:Uma relação não de fã, mas muito simples e leal (eu poderia dizer uma certa intimidade). Como toda criança, eu descobri o mundo através de álbuns: uma verdadeira aula de geografia (naquela época, não existia televisão). Além disso, as aventuras eram emocionantes, dinâmicas, simpáticas e engraçadas. Os genuínos valores humanos eram desenvolvidos.

Como surgiu o convite para ser o primeiro ator a interpretar Tintim?

O produtor procurou por três anos, mas sem sucesso, apesar dos apelos por meio da imprensa e dos inúmeros castings. "Já que Tintim não vem a mim, eu vou procurá-lo", ele disse. E enviou pessoas em busca de um potencial Tintim, principalmente na França e na Bélgica. Eles percorriam lugares públicos, saídas de escolas, movimentos de juventude... Eu estava fazendo um trabalho de estudante na praia de Ostende: monitor de esportes (minha especialidade) para crianças (eu me destinava ao ensino). Fui abordado, dei meu endereço e posei para uma foto que foi enviada ao produtor. Três semanas depois, fui chamado a Paris para um teste e, duas semanas depois, para outro mais específico. E... fui escolhido!

Jean-Pierre Talbot e sua incrível semelhança com o personagem criado por Hergé.
Antes disso, ninguém, realmente ninguém tinha me dito que eu parecia Tintim; depois, para todo o mundo isso tornou-se evidente. Não havia semelhança. Fui beneficiado por qualidades esportivas evidentes, e não me saía mal na frente das câmeras. Outro elemento decisivo e que o produtor havia previsto: eu nunca tentei interpretar o personagem Tintim - agi como se a aventura acontecesse comigo e... funcionou. Além do rosto de Tintim, eu também tinha seu corpo e seu coração - eu vivi como Tintim!

Eu estava muito animado com Hergé - depois de nosso primeiro encontro, ele disse ao produtor: "SIM, é ele!". Ele não disse "ele parece" ou "ele cai bem". Não, ele me reconheceu como sendo Tintim. Algumas horas mais tarde, durante uma reportagem para a Paris Match, caminhávamos pelas ruas de Paris. Eu estava vestido como Tintim, com o topete e as calças de golfe. Pela primeira vez, fui confrontado com o público. Foi uma loucura. A multidão, apesar de não ter sido informada, me reconheceu e pediu autógrafos. Eles queriam que eu assinasse Tintin. Eu não sabia o que fazer. Então Hergé, muito paternalmente, me autorizou e até me incentivou a assinar "TINTIN". Primeiro ele me reconheceu, depois me adotou. Aí eu soube que jogo estava vencido.

Com exceção de duas ou três "premières", eu nunca me apresentei em público vestido como Tintim. Foi inútil: eu era Tintim! Mesmo agora, para minha grande surpresa, 55 anos depois, a magia continua.

Como foi a preparação para interpretar um personagem já conhecido e amado em vários países?

Me preparei para o filme durante seis meses: mergulho, judô, ensaios com Milu, testes de figurino, aulas de motociclismo, promoção do filme (TV, rádio, reportagens diversas). Eles queriam que eu tomasse aulas de teatro e mímica. Eu me opus porque aquilo me fazia perder a espontaneidade.

Jean-Pierre experimenta a aprovação dos fãs.
Eu estava relaxado pois não me faltava nada, não me importava de ser julgado bom ou mau ator. Por outro lado eu me sentia investido de uma missão estressante: era meu dever não decepcionar as crianças.

Você teve alguma participação criativa no filme, ou na concepção do personagem?

Acho que imprimi muito bem no filme minha energia e meu bom humor ... Eu conhecia Tintim melhor que os outros atores e até mesmo que o diretor e o produtor do filme. Muitas vezes, durante as filmagens, eu fiz mudarem o roteiro: "Mas Tintim jamais faria isso!" - "O que ele faria então?" - "Apenas isso...". Minha opinião sempre foi autoridade. O mesmo valia para o figurino e o penteado... Enfim, sem me assumir como Tintim e sem ter consciência disso, eu o tinha na pele.

Nos filmes, o Capitão Haddock foi interpretado por Georges Wilson e Jean Bouise, respectivamente. Como foi trabalhar com dois atores diferentes?

Eu me dei muito bem com Jean Bouise e Georges Wilson. Georges era maior, mais truculento. Aos 17 anos, eu tomei a liberdade de lembrá-lo que a estrela era Tintim, porque pouco a pouco ele teria me ofuscado. Jean era mais poético, sensível.

Jean-Pierre Talbot atuando ao lado de Georges Wilson (1961) e Jean Bouise (1964).
A biografia em quadrinhos "The Adventures of Hergé" conta que a personagem Bianca Castafiore acabou entrando no segundo filme (Tintim e as Laranjas Azuis) devido a uma promessa que Hergé teria feito ao sobrinho da atriz Jenny Órleans. É verdade?

Não creio, mas não tenho conhecimento de todos os segredos do produtor. Hergé veio ao estúdio e não manifestou nada de especial à Castafiore.

Curiosidade: mais de um cão foi utilizado para representar Milu nos dois filmes? Como foi contracenar com um cachorro?

Nós utilizamos 7 cães, os mesmos para os dois filmes. Todos se assemelhavam fisicamente. Não podemos pedir a um cão que atue. Com base nas necessidades do roteiro, utilizávamos um Milu mais dinâmico para as cenas normais ou outro mais carinhoso quando Milu deveria estar triste ou cansado... Outro deveria morder os "bandidos" ou saltar em meus braços. Os outros estavam de reserva, imposta pelas companhias de seguros. Todos foram chamados Milu mas, obviamente, o Milu número 1 foi o mais utilizado - ele evoluiu livremente à sua maneira, mas sempre próximo de meus movimentos.

Milu é um Fox terrier do pêlo duro. Estes cães nunca são inteiramente brancos. Eles têm uma mancha cinzenta e outra castanha. Por isso, descoloriram Milu em uma famosa marca parisiense, na rue du Faubourg Saint Honoré [conhecida pelas luxuosas lojas de marca e a residência oficial do presidente da república].

Qual é o seu filme favorito: 'O Mistério do Tosão de Ouro' ou 'As Laranjas Azuis'?

Obviamente, 'O Tosão de Ouro': cenários grandiosos, reviravoltas, sequências subaquáticas, motos, lutas, helicóptero...

Sabe qual foi a opinião de Hergé sobre os filmes? Ele gostou?

Em uma entrevista, Hergé declarou que, de todas as produções (filmes e desenhos animados), meus filmes eram seus favoritos.

Como foi sua relação com Hergé após a realização dos filmes?

Meu relacionamento com Hergé foi excelente: respeito e amizade. Ele me disse: "Estou feliz, Jean-Pierre, por você nunca desmentir meu personagem". Nós ficávamos felizes em nos ver. Ele também me chamou muito carinhosamente, com destaque para um gentil sorriso, de seu "filho espiritual"!

Jean exibe um retrato ao lado de Hergé, na época da divulgação dos filmes.
É verdade que um novo filme chegou a ser escrito, mas nunca realizado? O que você sabe sobre isso?

Nós sempre conversamos sobre um terceiro filme. Ele seria rodado na Índia... Não sei nada além disso.

Você atuou em outros filmes desde então?

Eu não tentei me tornar um ator. Aos quinze anos, eu tinha optado pela pedagogia. Depois de rodar o primeiro filme, terminei meus estudos. Comecei minha carreira de ensino. Gravei o segundo filme e continuei minha vida como professor. Uma vida normal, em si. Sem dúvida, foi por isso que continuei sendo Tintim no coração do público.

Jean-Pierre Talbot em sala de aula. Imagine ser aluno de Tintim...
Ter interpretado Tintim teve que efeito em sua vida?

Depois de Tintim, minha vida foi muito intensa com minha família, meus amigos, meus esportes, minha escola (eu fui professor e diretor de escola durante 15 anos). Além disso, eu fui iluminado pelo universo de Tintim. Isso me permitiu conhecer celebridades de todos os gêneros, mas principalmente entusiastas de Hergé, desenhistas famosos, tintinófilos. Participei de uma infinidade programas de TV e grandes reportagens. Para meu grande espanto, isso continua com a mesma frequência. Eu também tenho muito orgulho de ter sido o único Tintim do cinema em carne e osso.

Harrison Ford voltou a interpretar Indiana Jones aos setenta e poucos anos, e Leonard Nimoy reviveu o Sr. Spock em participações curtas nos filmes mais recentes da saga "Star Trek". Você aceitaria interpretar um Tintim mais velho caso surgisse a proposta?

Se me oferecessem um pote de ouro para voltar ao papel de Tintim, eu recusaria. Eu me mantive muito esportivo (esqui, tênis, corrida, ciclismo), mas já não sou capaz de correr nem de me locomover como antes. A mente não mudou mas, mesmo "maquiado" e rejuvenescido, sinto que minha imagem não ficaria mais tão próxima do personagem: seria uma traição!

Jean-Pierre, sua esposa Diana e seus cães. Ele é campeão de Bike-Jöring. O esporte é uma de suas paixões.
O que você achou do filme de Spielberg?

Eu me diverti muito. Há algumas ideias geniais, mas também algumas distantes. Milu está perfeito. Tintim beira à perfeição - mas o semblante de Tintim não ficou exatamente como o esperado (pelo menos é isso que dizem os fãs).

Você acha que um filme com atores reais seria mais eficaz do que um longa-metragem em captura de performance?

Eu acho que SIM, mas duvido que o filme tivesse um sucesso correspondente ao mito.

Falando sobre os álbuns, você acha que uma nova aventura de Tintim deveria ser publicado?

NÃO!!!! É a vontade de Hergé!

Jean ao lado de Fanny Rodwell, viúva de Hergé.
Você já visitou o Brasil ou Portugal, dois países de língua portuguesa cheios de tintinófilos?

França, Suíça, Canadá, Espanha... tenho transitado muitas vezes por estes países, convidado para eventos importantes. Se me convidarem para o Brasil, seria um dever para mim aceitar (gratuitamente, mas com as despesas reembolsadas). A dificuldade seria encontrar uma data em minha agenda muito cheia.

O Tintim por Tintim agradece muitíssimo pela entrevista. Gostaria de deixar uma mensagem para os tintinófilos brasileiros?

Viva Hergé! E em breve, quem sabe... prazer em conhecê-los.

Jean-Pierre Talbot em 2015. O Tintim do cinema saúda os fãs brasileiros com uma mensagem em portugês.
:: Para você, tintinófilo brasileiro que só agora está conhecendo o ator, fica o incentivo: procure os filmes estrelados por ele nos anos 60. São produções aprovadas por Hergé e fiéis ao espírito dos quadrinhos, vale a pena matar a curiosidade.

O TPT mais uma vez agradece ao Jean-Pierre pela excelente entrevista, e também a Yves Rodier, que nos colocou em contato. E para finalizar uma, só uma curiosidade: J-P T... - é assim que ele assina, deixando o espaço para as cinco letras que faltam para formar o nome mais conveniente - Talbot ou Tintin.

Fotos: Jack Garofalo (Getty Images); AFP; ADH; Lavoixdunord.

Tintim na televisão: a primeira vez

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Lembram que eu falei que nesta nova fase o TPT contaria com uma maior participação do público? Pois bem, este artigo é uma contribuição da leitora Carmem Toledo. Confira, ao final do post, um trecho da primeira animação de Tintim para televisão.

O texto que vocês lerão abaixo foi publicado, originalmente, no Journal Tintin, em 17 de abril de 1958. Nele, vocês verão que a animação produzida pela Nelvana não foi a primeira a ir ao ar! É interessante notar que a matéria traz algumas peculiaridades da época, como a importância dada ao trabalho de animação para televisão e o fato de poucas casas possuírem televisores.

Outro dado que não pode passar despercebido é o prestígio de Jean Nohain (à esquerda, ao lado de Hergé e Jacqueline Caurat), que além de ser um verdadeiro símbolo da televisão, como a reportagem diz, é um ícone da música francesa. Ele foi um grande nome da literatura: escrevia livros sérios para o público adulto, assinando como Jean Nohain, mas também se dedicava ao público infantil, escrevendo livros e apresentando programas de rádio; entre este público, era conhecido como “Jabounne” (em homenagem a um personagem de seu pai, Maurice Étienne Legrand, que era romancista, poeta e compositor). Jean Nohain escreveu, também, diálogos de filmes e apresentou programas de tevê que fizeram grande sucesso na França. “Trente-six Chandelles”, mencionado na matéria traduzida abaixo, contou com ninguém menos que Alain Delon, entre outros nomes muito famosos na época.

Espero que todos os seguidores do “Tintim por Tintim” divirtam-se durante esta viagem no tempo!

Página do Journal Tintin com a matéria traduzida neste artigo. Clique para ampliar.



Tintim na televisão
(Journal Tintin, 17 de abril de 1958)

     A novidade já estava no ar desde alguns meses: murmurava-se um pouco por toda parte que os personagens de Hergé reviveriam as aventuras na televisão. O rumor se tornou certeza. Desde 28 de novembro, Tintim aparece toda semana nas telas de televisão, em “O Cetro de Ottokar”.
     Trata-se de uma coprodução franco-belga. Os estúdios BELVISION, de Bruxelas, encarregaram-se da realização das imagens, ao passo que os técnicos da televisão francesa se ocupavam do som.
     Quanto ao texto, este é narrado pelo prestigiado apresentador da R.T.F., o homem de “Trinta e seis velas” (Trente-six Chandelles) e de “Nós somos doze milhões” (Nous sommes douze millions): Jean Nohain. Um fato certo é que, logo que se pronuncia a palavra “televisão”, pensa-se imediatamente em Jean Nohain. Nenhuma escolha poderia ser melhor.
     Como vocês suspeitam, não foi um simples trabalho animar os desenhos para a televisão. Os diretores do “Cetro de Ottokar” recorreram a uma técnica que os americanos chamam “semi-animada” e que designamos, em francês, pelo nome de “desenho de animação”.
     Um desenho, por definição, não se mexe: mas a câmera pode se mexer. Este é um princípio que os técnicos da BELVISION aplicaram muito habilmente. Além do mais, graças a uma gama extraordinária de artifícios, eles tiveram êxito em dar a ilusão da vida e do movimento.
     O desenho semi-animado não está mais em seus primórdios na Europa; a televisão o apresenta regularmente a seus jovens telespectadores.
     Desde 28 de novembro, e pela primeira vez no mundo, Tintim vive diante de vocês suas aventuras: ele frusta os estratagemas dos conspiradores obstinados pela queda do rei da Syldavia; naturalmente, Dupont e Dupont estão ali, mais atordoados e mais ridículos que nunca, tão desajeitados quanto cheios de boas intenções. Os admiradores de Milu, e eles são legiões, encontram-no toda vez à frente do combate, astuto e atento.
     Depois de “O Cetro de Ottokar” e de algumas semanas de interrupção, vocês assistirão a outras aventuras de Tintim, igualmente apaixonantes. Nós não podemos, no momento, dizer-lhes mais nada.
     Tintim proporciona um encontro com vocês todo domingo à noite, às 19h45. Sejam gentis e compartilhem seu prazer com aqueles de seus amigos que não têm televisão. Convidem-os à sua casa nesse dia. Que cada cômodo que tenha um televisor torne-se uma sala de espetáculo!

Legendas das imagens:

1: Hergé regozija-se pela acolhida reservada a Tintim na televisão.
2: Este é Jean Nohain, o grande amigos de todos os telespectadores franceses e belgas, que comenta o filme de Tintim.
3: Esta imagem do álbum foi especialmente adaptada às necessidades das filmagens. Os diálogos foram naturalmente apagados da imagem. Eles foram substituídos pelos comentários de Jean Nohain.

:: Assista a um dos 7 episódios da primeira animação para a TV baseada no álbum "O Ídolo Roubado", lançado após "O Cetro de Ottokar", que teve 8 episódios de 13 minutos.


As animações foram gravadas em 16mm sob a supervisão de Bob de Moor, colaborador de Hergé que não quis se envolver pessoalmente no projeto. Jean Nohain emprestou sua voz ao narrador e a todos os personagens, incluindo Bianca Castafiore. Após a exibição, entre o final de 1957 e meados de 1959, a série não foi renovada pela RTF. Isso abriu o caminho para novos produtores, que começaram a produção de uma nova versão, agora em cores (saiba mais em outro artigo do TPT, clicando aqui).

Nota:É importante registrar que o texto precisou de uma série de adaptações à língua portuguesa – não somente em relação a expressões idiomáticas, mas também quanto a palavras que, aos olhos e ouvidos de um brasileiro, pareceriam estranhas. Um exemplo disso é a substituição, mais de uma vez, da palavra “chaque” (em francês, “cada”), pela palavra “todo(a)”, como em “Os admiradores de Milu (…) encontra-no toda vez à frente do combate” e em “Tintim proporciona um encontro com vocês todo domingo...”. Aproveito para agradecer a Filino Carvalho Neto pelas intervenções em minha tradução. Suas correções e sugestões foram de extrema importância. - Carmem Toledo.


:: Você também pode participar do TPT enviando seu texto ou sugestão de artigo por email, através de comentários ou das redes sociais.

Tintim ganhará nova animação para TV

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O 42º Festival International de la Bande Dessinée de Angoulême, que começou no último dia 29 de janeiro e termina hoje, 1º de fevereiro, na França, trouxe uma verdadeira novidade para os fãs de Tintim: um projeto de animação para TV baseado na obra de Hergé.


Quem acompanha o TPT já leu aqui que a Moulinsart tinha algo em desenvolvimento para Tintim na televisão. Até especulamos sobre o que poderia sair dessa ideia, considerando que, dos 24 álbuns, 21 já foram adaptados na consagrada série da Nelvana, exibida no Brasil pela TV Cultura.

A notícia da vez é que a Moulinsart S.A. assinou um acordo com o estúdio de animação Normaalpara desenvolver um projeto de animação com base no trabalho de Hergé. De acordo com o site francês Sud Ouest, a empresa liderada por Alexis Lavillat será responsável pela produção e concepção de uma ficção documentada para televisão.

O estúdio Normaal, com sede em Paris e Angoulême, é conhecido pelas adaptações das séries "Gaston", de Franquin, e "Peanuts", de Charles Schulz. No festival do ano passado, foi anunciada a produção de 500 episódios de 90 segundos estrelados por Charlie Brown, Snoopy e seus amigos. A estreia aconteceu em novembro de 2014, no canal France 3. O processo de animação envolve a digitalização dos desenhos originais de Schulz e, com base neles, os animadores geram os movimentos através de computação, com estilo 2D. O resultado é uma animação simpática, bem fiel ao design das tirinhas dos jornais. Confira abaixo 15 minutos de episódios:


"Estamos no início de nossa colaboração", revela Lavillat. "Os primeiros contatos com a Moulinsart foram no ano passado, durante o festival da BD. Nós mostramos nosso trabalho em Snoopy e acreditamos que nossa abordagem respeitosa da obra original de fato interessou os proprietários dos direitos da obra de Hergé. A ideia de trabalharmos juntos nasceu naquele momento".

Por enquanto, os detalhes do projeto são desconhecidos, mas sabemos que será uma série de animação "em torno da obra de Hergé e seus personagens, não apenas Tintim". O Normaal e a Moulinsart comprometeram-se, no momento, a realizar uma série de três "ficções animadas documentadas" de 53 minutos cada. A estreia da produção deve ser um grande evento no horário nobre da televisão francesa.

"Adaptar os álbuns de Tintim não faz sentido, isso já foi feito no passado. É bom restituir o universo de Hergé, sua vida e o conjunto de suas criações, incluindo Tintim em outro lugar". O Sud Ouest sugere que podemos, então, imaginar Quick e Flupke, e também Jo, Zette e Jocko (Joana, João e o macaco Simão), outros heróis míticos de Hergé, fazendo parte desta aventura. "Nos daremos a oportunidade de fazer o projeto evoluir. E esperamos poder dizer mais no ano que vem, no próximo festival. Gostaríamos de mostrar as primeiras imagens nessa ocasião, a fim de explicar nossa lógica narrativa sobre o projeto".

Atualização (02/02/15): O diretor do Normaal define o novo projeto como a realização de "um sonho absoluto", e confirma que a série evocará os personagens principais de Hergé, mas também Quick e Flupke, por exemplo. Será documentado, como ele mesmo fez com seus álbuns". O público? "De 7 a 77 anos", responde Lavillat. Os três episódios confirmados serão transmitidos entre o final de 2016 e o início de 2017. A fase de preparação terá início este ano, enquanto a produção será no próximo ano, em grande parte, em Angoulême. "Nós temos 10 ou 12 meses de trabalho, para 60 a 80 pessoas", conclui. Fonte.

Em tempo: na rede, alguns comentam que a série seria sobre a vida de Hergé. Minha dúvida é: o que ele quer dizer com ficção documentada?!

Vamos torcer e aguardar.

1ª Venda de Figuras do Tintim por Tintim

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O TPT tem o prazer de anunciar a 1ª Venda de Figuras do Tintim por Tintim!


Ciente da carência que os tintinófilos sofrem quando o assunto é encontrar itens relacionados à série "As Aventuras de Tintim" no Brasil, o blog traz para os leitores a oportunidade de adquirir miniaturas oficiais dos personagens de Hergé. O objetivo é que cada vez mais pessoas tenham acesso a esses produtos e, quem sabe, tornem-se colecionadores de Tintim.

A partir de 05 de fevereiro de 2015, o TPT disponibiliza uma série limitada de figuras em PVC originais da Moulinsart. Você vai poder adquirir miniaturas de personagens clássicos de Hergé, como Milu, Dupond e Dupont, o Capitão Haddock, além de itens emblemáticos do universo de Tintim, como o memorável foguete da aventura na Lua.


Seguem detalhes e medidas aproximadas das figuras à venda:

Tintim de amarelo - grande: 8 cm
Tintim de amarelo - pequeno: 5,2 cm
Tintim - "O Lótus Azul": 5,1 cm
Tintim com sobretudo: 5,5 cm
Tintim sentado - "Tintim no Tibete": 3,6 cm
Capitão Haddock: 5,5 cm
Dupond ou Dupont banho - grande: 8,5 cm
Dupond ou Dupont banho - pequeno: 5,2 cm
Dupont de bengala: 5,8 cm
Milu sentado : 3 cm
Milu deitado: 3 cm
Milu com osso: 3,0 x 3,5 cm
Rackham, o Terrível: 6,2 cm
Foguete - "Explorando a Lua": 5,5 cm
Cogumelo - "A Estrela Misteriosa": 2,7 cm

Valores:

Menor que 8 cm: R$ 29,90
A partir de 8 cm: R$ 45,90

Nas compras acima de 3 (três) itens, você tem um desconto de 20%. Todos os compradores serão automaticamente cadastrados no sorteio de um prêmio oferecido pelo blog. O frete é por conta do comprador, podendo variar conforme o destino. Mais detalhes sobre a forma de pagamento (boleto ou transferência bancária) deverão ser solicitados através de e-mail.

Lembrando que o estoque é limitado, então não perca tempo! Você terá a vantagem de acompanhar e receber sua encomenda em poucos dias e contará com a credibilidade do Tintim por Tintim. A ideia é que esta iniciativa seja apenas a primeira de  uma série... Que o sucesso da 1ª Venda seja uma garantia para as próximas!

Para mais informações, deixe um comentário ou envie um e-mail para contato@tintimportintim.com.

TPT Recomenda: Comissário Maigret

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Ele nasceu no início dos anos 1900, na Bélgica. Seu primeiro emprego foi ainda jovem, em um jornal local. Na década de 1920, começou a publicar suas primeiras histórias, usando um pseudônimo. Sua principal criação é um personagem que está sempre metido em grandes investigações.

Eu poderia estar falando de Hergé e Tintim, é verdade, mas a coisa muda de figura quando eu digo que esse personagem é um detetive, que ele já estrelou 28 contos e 75 romances, e que, fora a nacionalidade de seu criador, não há grandes semelhanças com o repórter do Le Petit Vigtème... Georges Simenon e seu Comissário Maigret são o assunto em pauta. Saiba por que eles merecem sua atenção.


Chegam às livrarias este mês mais dois livros de Georges Simenon, entre eles "A dançarina do cabaré", da série "Comissário Maigret". O início da publicação da série foi uma das novidades literárias do ano passado da Companhia das Letras, que promete publicar a obra completa de Simenon, o quarto autor francófono mais traduzido do mundo. 10 já foram lançados; ele publicou mais de 400.

Criado por Simenon em 1931, Jules Maigret é um detetive, mais precisamente um comissário da Polícia Judiciária. Sua técnica de investigação baseia-se na observação e compreensão da personalidade dos envolvidos, sempre guiado por seu instinto quase infalível. Apesar de adepto ao cachimbo, não chega a ser um Sherlock Holmes, que por vezes dá ao leitor uma visão mais "mastigada" dos fatos. Maigret esconde o jogo até o limite, causando no leitor a ânsia de devorar mais e mais capítulos de suas breves aventuras (entre 130 e 170 páginas, em média).


Li os três primeiros livros lançados pela Companhia das Letras no país: "Pietr, o letão", "O cavalariço da Providence" e "O enforcado de Saint-Pholien", publicados originalmente em 1931. Com enredos misteriosos e envolventes, os romances vão revelando pouco a pouco quem é o policial, um homem que coloca a profissão à frente de tudo, até mesmo do casamento e da própria saúde. Nem sempre sabemos o que se passa na cabeça de Maigret. O detetive é introspectivo, sério, e não tem muito o que falar, já que trabalha a maior parte do tempo sozinho.

No caso do letão, o primeiro romance estrelado por Maigret, acompanhamos o comissário em uma investigação que começa com um assassinato em um trem até revelar um mestre dos disfarces. A trama retrata basicamente a observação cuidadosa que o policial faz do principal suspeito, de hotéis glamurosos da capital francesa aos mais sombrios bairros europeus. Não há busca de provas ou interrogatórios com suspeitos; é uma mente brilhante tentando se antecipar à outra. Ele só precisa de uma brecha para arrancar a confissão do criminoso.

Já no mistério do cavalariço, o diferencial de Simenon é visto logo no título da obra. O cavalariço da balsa Providence não aparece até boa parte do livro, mas sua presença paira por toda a trama. Maigret investiga o assassinato de Mary Lampson, uma bela e rica mulher encontrada morta em uma cocheira. Os passageiros e tripulantes do iate que ela ocupava nos canais franceses são os principais suspeitos, mas os balseiros vizinhos, incluindo os da Providence, não ficam de fora. Maigret está prestes a descobrir uma teia de mentiras, traições e uma revelação final surpreendente.

O enforcado revela mais sobre o lado humano do comissário quando ele presencia, por acaso, um suicídio. Tendo em mãos os pertences do falecido (uma maleta e um terno velho e com vestígios de sangue), Maigret tem motivos para sentir-se culpado pelo trágico acontecimento. Desta vez não é a obrigação, mas sim o remorso e a curiosidade que levam o policial a investigar os motivos daquele ato. Trabalhando sozinho e correndo vários riscos, Maigret é conduzido à descoberta de uma série de eventos envolvendo suspeitos e vítimas que são facilmente confundidos. 

A obra de Simenon distingue-se da maioria do gênero policial, pois o foco do autor é outro. Ao invés de soltar pistas para que o leitor encontre o vilão, ele deixa a identificação do criminoso em segundo plano para trabalhar no que mais importa: o que motivou aquela pessoa a cometer um crime. Sim, o típico antagonista dos livros de mistério torna-se, nas histórias de Maigret, uma pessoa como nós, com suas complexidades, com uma forte carga psicológica; enfim, um ser humano passível de erros.

Vale destacar a edição impecável da Cia das Letras, tanto no visual como no conteúdo, de revisão exemplar.

Os Disfarces dos Dupondt

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Dupond e Dupont, os melhores detetives da polícia judiciária belga (sic), são conhecidos mundialmente por seus trabalhos realizados em parceria com o repórter Tintim, e mais tarde com seus companheiros Archibald Haddock e Trifólio Girassol. Como todo bom detetive, a dupla (que, apesar de idêntica, não tem nenhum parentesco) se esforça para passar despercebida dentre as multidões nos diversos países por onde andam...  sem muito sucesso.

Vamos relembrar neste artigo os melhores disfarces - ou não - usados pelos Dupondt ao longo da série "As Aventuras de Tintim".


O primeiro álbum em que os detetives tentam dar uma de "mestres dos disfarces" é Os Charutos do Faraó - a primeira aventura em que ambos aparecem originalmente. Para se confundir entre os pedestres no Egito (pg. 5), a dupla usa túnica, capa e um tarbush (também conhecido como fez, um típico chapéu turco), mas não deixam de lado suas gravatas finas, bengalas e sapatos da polícia.


No mesmo álbum, os dois se vestem como beduínos (pg. 25), de túnica e cáfia e, mais tarde (pgs. 27-30), como mulheres árabes, com direito até a burca.


Na aventura seguinte, O Lótus Azul, durante investigação na China, Dupond e Dupont aparecem vestidos em trajes típicos exagerados, com direito a leques e tranças nos cabelos, esperando não chamar atenção (pg. 45). A cor escolhida é o amarelo, cor do imperador da China. O resultado é uma multidão de chineses espantados, rindo da situação ridícula à qual os detetives se expõem. O traje é bem semelhante ao que aparece durante a descrição de Tintim sobre a visão estereotipada que os europeus tinham dos orientais.


Em O Caranguejo das Tenazes de Ouro a dupla volta a vestir trajes árabes (pg. 46). Para isso, eles simplesmente utilizam uma espécie de jelaba (manta com capuz) sobre o batido terno preto e chapéu-coco. Para sua surpresa, os detetives são facilmente reconhecidos por Tintim.O mesmo disfarce é utilizado pelos detetives no filme "As Aventuras de Tintim", de 2011.


Para 'nos mesclar discretamente à tripulação' do navio Sirius, em O Tesouro de Rackham, o Terrível, Dupond e Dupont resolvem ficar parecidos com marinheiros de verdade (pg. 15). E como todo velho lobo do mar que se preze, eles decidem que precisam também aprender a mascar fumo! O resultado é hilário...


Um traje parecido será utilizado mais tarde na aventura de Tintim No País do Ouro Negro (pg. 8). Designados para vigiar discretamente a tripulação do navio Speedol Star, os detetives embarcam no petroleiro armados com boias, redes de pesca e até charutos. A perfeita caricatura de um marinheiro, sem dever nada ao melhor cosplay de Popeye ou Pato Donald.


Ainda neste álbum, os Dupondt usam o disfarce de mecânicos para investigar o caso do combustível adulterado. Tudo iria bem se eles não fossem tão desatentos, deixando até o pneu de um carro estourar... Aliás, aqui eles também aparecem com um traje de banho à moda antiga (que ilustra a imagem do título).


Já em O Caso Girassol, a dupla de detetives tenta passar despercebida na Suíca, para investigar o sumiço do professor Girassol (pg. 28). Só que o resultado é uma vestimenta folclórica que chama muito mais atenção do que deveria...


Na estação espacial do álbum Rumo à Lua, os detetives usam uma vestimenta tradicional grega, acreditando estar vestidos com um traje típico sildavo (pg. 18). Tudo culpa do alfaiate, é claro... O mesmo traje é usado pela dupla em sua versão em carne e osso no filme "Tintim e o Mistério do Tosão de Ouro", quando eles tentam resgatar Tintim e Haddock a mando da Interpol.


Algumas vestimentas dos detetives merecem menção honrosa, apesar de não se classificarem como disfarces. É o caso do uniforme de mineiro que eles usam no álbum O Templo do Sol, enquanto procuram o Prof. Girassol usando o pêndulo do cientista, e da roupa de astronauta que utilizam em Explorando a Lua.


Apesar do constante fracasso dos disfarces que usam, Dupond e Dupont sempre conseguem cumprir muito bem sua missão: fazer rir. 
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